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A conciliação entre trabalho e família ainda é um desafio em Portugal

Apesar dos avanços registados nos últimos anos, a conciliação entre vida profissional e familiar continua a ser uma das maiores dificuldades sentidas pelas famílias em Portugal. As exigências do mercado de trabalho, a escassez de respostas sociais adaptadas e a persistência de desigualdades de género agravam este desafio diariamente. Em pleno 2025, são muitos os pais e mães que continuam a ter de escolher entre o sucesso profissional e a estabilidade familiar. Horários laborais prolongados e inflexíveis, falta de serviços públicos acessíveis no pós-escolar, e ausência de políticas de apoio reais à parentalidade estão no centro desta realidade. A conciliação como pilar de uma sociedade saudável Conseguir articular o trabalho com a educação dos filhos, os cuidados aos mais velhos ou até a vida conjugal é uma condição essencial para o bem-estar familiar. No entanto, ainda são poucas as empresas que promovem horários adaptáveis, trabalho híbrido ou licenças parentais equitativas. A nível legislativo, apesar da existência de licenças de maternidade e paternidade, faltam incentivos à partilha equilibrada entre ambos os progenitores e à extensão dos apoios aos cuidadores informais. Estes desequilíbrios afetam sobretudo as mulheres, que continuam a assumir, de forma desproporcional, as tarefas domésticas e de cuidado. Boas práticas a replicar Alguns municípios e entidades do setor social começam a implementar programas inovadores, como ATL com horários alargados, creches noturnas para trabalhadores por turnos, ou gabinetes de apoio familiar integrados. Iniciativas como estas devem ser identificadas, avaliadas e promovidas a nível nacional. Do lado das empresas, há já exemplos positivos com modelos de trabalho flexível, licenças parentais complementares e cultura organizacional centrada no equilíbrio pessoal. Mas são ainda a exceção. Compromisso coletivo para uma mudança real A conciliação familiar não pode ser um privilégio, tem de ser um direito. E esse direito só se concretiza com políticas públicas integradas, legislação corajosa, envolvimento das autarquias e compromisso do setor privado. Na CNAF, continuamos a lutar por uma sociedade em que trabalhar e cuidar não sejam tarefas incompatíveis. Famílias equilibradas criam cidadãos mais saudáveis, crianças mais confiantes e comunidades mais coesas. A conciliação é, por isso, muito mais do que uma opção – é um investimento de futuro.

Opinião

Famílias fortes, sociedade sustentável

Vivemos tempos exigentes. A pressão económica, a incerteza global e a transformação acelerada das estruturas sociais têm impacto direto no dia a dia das famílias portuguesas. Mais do que nunca, é urgente colocar a família no centro das decisões políticas, económicas e sociais. Na Confederação Nacional das Associações de Família (CNAF), acreditamos que nenhuma sociedade pode ser verdadeiramente sustentável se não apoiar, proteger e valorizar a sua base mais essencial: a família. É nela que se aprende a cuidar, a partilhar, a dialogar e a construir confiança – valores fundamentais para qualquer democracia saudável. Defender as famílias é, portanto, investir no futuro do país. E isso exige mais do que medidas pontuais ou discursos simbólicos. Exige uma estratégia transversal que abarque habitação digna, acesso à saúde, apoio à parentalidade, proteção da infância, conciliação entre vida profissional e familiar, bem como políticas fiscais amigas da estrutura familiar. Uma visão estruturada para um país mais coeso A família deve deixar de ser vista apenas como destinatária de políticas públicas e passar a ser parte ativa na construção dessas políticas. Precisamos de ouvir mais os pais, os avós, os cuidadores informais, as associações locais. Precisamos de tratar a parentalidade como uma responsabilidade coletiva, apoiada por um Estado justo e uma sociedade solidária. A experiência de quase 50 anos da CNAF mostra-nos que, sempre que as famílias são ouvidas e valorizadas, o progresso torna-se mais equilibrado. E sempre que são esquecidas, surgem fragilidades sociais profundas. Desafios que exigem coragem política Portugal enfrenta desafios demográficos, territoriais e económicos sérios. A natalidade continua a cair, os jovens adiam projetos familiares por insegurança económica e o envelhecimento da população exige novas respostas. É tempo de coragem política, mas também de compromisso intergeracional. A defesa da vida, da dignidade humana e da coesão familiar não pode ser apenas um princípio abstrato – tem de ser um caminho concreto, sustentado e justo. Na CNAF, continuaremos a lutar por famílias com voz, com direitos e com condições reais para viver com dignidade e esperança. Porque acreditamos, com convicção, que famílias fortes são a base de uma sociedade verdadeiramente sustentável.

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Nova lei garante acesso gratuito a psicólogos escolares até ao 2.º ciclo

Entrou em vigor este mês a nova legislação que obriga todas as escolas públicas do 1.º e 2.º ciclo do ensino básico a disponibilizar acompanhamento psicológico gratuito aos seus alunos. A medida visa reforçar o apoio à saúde mental das crianças e proporcionar um ambiente educativo mais equilibrado e inclusivo. A lei estabelece que cada agrupamento escolar deverá contar com, pelo menos, um psicólogo a tempo inteiro, integrado numa equipa multidisciplinar de apoio educativo. O objetivo é identificar precocemente sinais de sofrimento psicológico, dificuldades de aprendizagem, perturbações de comportamento ou situações de risco social. Com a implementação desta medida, o Governo responde a um apelo antigo de pais, professores e organizações da sociedade civil que alertavam para a crescente necessidade de apoio emocional nas escolas – especialmente após os efeitos acumulados da pandemia e das dificuldades socioeconómicas que afetam muitas famílias portuguesas. Apoiar alunos é apoiar famílias Segundo o Ministério da Educação, os psicólogos irão trabalhar em articulação com os diretores de turma, os técnicos de ação social escolar e os encarregados de educação. O objetivo é garantir uma resposta eficaz e preventiva, que possa acompanhar as necessidades individuais dos alunos e contribuir para o seu sucesso escolar e bem-estar emocional. A Confederação Nacional das Associações de Família (CNAF) considera esta medida “um passo fundamental para proteger a infância, apoiar os pais e prevenir situações de abandono, exclusão ou sofrimento invisível dentro das escolas”. Foco no interior e zonas com maior vulnerabilidade Os concursos para colocação dos profissionais já foram lançados, com prioridade para escolas localizadas em territórios mais desfavorecidos ou com menor cobertura de serviços de saúde mental. A medida será cofinanciada por fundos comunitários até 2027, estando previsto um reforço gradual até à inclusão do 3.º ciclo e ensino secundário. Esta nova legislação representa um avanço concreto na construção de uma escola mais justa e humanizada – onde o bem-estar psicológico é reconhecido como parte essencial do processo educativo.

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IRS Jovem 2025 alargado até aos 35 anos com isenção de imposto

O regime fiscal do IRS Jovem foi alargado em 2025 para abranger todos os jovens até aos 35 anos, independentemente do grau académico. A medida entra em vigor com o novo ano fiscal e tem como objetivo apoiar a emancipação económica e profissional da juventude portuguesa. Anteriormente limitado a recém-licenciados, o novo regime aplica-se agora a qualquer jovem que inicie a sua vida ativa, com ou sem diploma do ensino superior. A principal vantagem consiste na isenção parcial de IRS por um período de cinco anos, o que pode representar uma poupança acumulada de milhares de euros. Em 2025, o limite máximo de rendimento abrangido pela medida é de 28.737,50 euros anuais, estando incluídas as modalidades de contrato de trabalho e recibos verdes. A isenção segue uma lógica progressiva – 100% no primeiro ano, 75% no segundo, até aos 25% no quinto ano. Apoiar a autonomia e fixar talento em Portugal Segundo o Governo, o objetivo do novo IRS Jovem é reduzir o impacto fiscal no início da vida laboral, permitindo aos jovens acumular poupança, investir na sua formação ou até planear a saída da casa dos pais. A Confederação Nacional das Associações de Família (CNAF) vê a medida como “um sinal positivo, mas que deve ser articulado com políticas de habitação, emprego digno e natalidade”. O novo regime fiscal pretende igualmente travar a emigração jovem, facilitando a permanência e o regresso de talentos que contribuam para o desenvolvimento do país. Como aceder ao benefício A adesão ao IRS Jovem é feita no momento da entrega da declaração de IRS, mediante a seleção do respetivo campo no Portal das Finanças. A medida aplica-se aos rendimentos obtidos a partir de 1 de janeiro de 2025 e estará visível já nas declarações submetidas em 2026. Especialistas em fiscalidade recomendam que os jovens consultem previamente a simulação automática para garantir a aplicação correta do benefício.

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Descida da Euribor alivia prestações da casa para milhares de famílias portuguesas

A partir de maio de 2025, as famílias portuguesas com crédito à habitação sentirão um alívio nas prestações mensais, resultado da queda gradual das taxas Euribor que se tem vindo a verificar desde o início do ano. As taxas Euribor a 6 e 12 meses, as mais utilizadas no cálculo dos empréstimos para habitação em Portugal, registaram descidas sucessivas nos últimos três meses. Este movimento reflete a expectativa de que o Banco Central Europeu possa iniciar um ciclo de cortes nas taxas diretoras a partir do segundo semestre, devido à estabilização da inflação na Zona Euro. Segundo dados recentes do Banco de Portugal, as famílias com crédito à habitação indexado à Euribor a 12 meses verão reduções mensais que podem variar entre os 20 e os 70 euros, dependendo do montante e da duração do empréstimo. Alívio financeiro temporário, mas importante Apesar de ainda não representar um retorno aos níveis pré-pandemia, esta descida representa um alívio significativo para muitas famílias, especialmente aquelas que enfrentaram aumentos abruptos nas prestações durante os últimos dois anos. “Este alívio vem em boa hora”, afirma uma mãe de dois filhos e titular de crédito à habitação na margem sul. “Depois de meses de aperto, finalmente podemos respirar um pouco e reorganizar o nosso orçamento familiar.” As associações de consumidores alertam, contudo, que o contexto económico continua incerto, e recomendam prudência na gestão do crédito. Ainda assim, para muitas famílias, esta tendência descendente pode representar o início de uma fase de maior estabilidade financeira. Apoio à habitação mantém-se prioridade A CNAF defende que a habitação deve continuar a ser tratada como prioridade nas políticas públicas. A estabilidade no acesso à casa própria ou arrendada é essencial para o bem-estar das famílias, a natalidade e a coesão social. A expectativa é que o Governo mantenha os programas de apoio à habitação, como o incentivo ao arrendamento acessível e os mecanismos de renegociação de crédito, especialmente para os agregados mais vulneráveis.

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Vila Franca de Xira promove “Maio, Mês da Juventude 2025” com atividades para toda a família

A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira celebra o “Maio, Mês da Juventude 2025” com uma programação diversificada que abrange música, arte, desporto e cultura, proporcionando momentos de convívio e lazer para jovens e famílias em todo o concelho. Durante o mês de maio, o município oferece uma série de eventos gratuitos que visam promover a participação ativa da juventude e fortalecer os laços comunitários. Entre os destaques estão: Além disso, o município disponibiliza uma rede de shuttles gratuitos para facilitar a deslocação dos jovens nos dias dos principais eventos, garantindo uma alternativa segura e sustentável . Um compromisso com a juventude e as famílias O “Maio, Mês da Juventude 2025” reforça o compromisso da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira em promover políticas públicas que valorizem a juventude e incentivem a participação cívica. Ao oferecer uma programação inclusiva e acessível, o município contribui para o fortalecimento dos laços familiares e comunitários, promovendo o bem-estar e a coesão social.

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Oeiras investe em habitação acessível e lança novos programas de apoio às famílias

O Município de Oeiras reforça o seu compromisso com a coesão social e a qualidade de vida, lançando novas medidas para garantir habitação digna e acessível às famílias do concelho. A Câmara Municipal apresentou esta semana um novo pacote de incentivos no âmbito da Estratégia Local de Habitação, com especial atenção às famílias jovens, monoparentais e em situação de vulnerabilidade. Os apoios incluem rendas apoiadas, subsídios diretos e programas de reabilitação urbana que permitirão melhorar as condições de mais de 800 habitações até ao final de 2025. “Estamos a concretizar uma política social de habitação que coloca as pessoas no centro das decisões, criando soluções reais para as dificuldades que muitas famílias enfrentam”, afirmou Isaltino Morais, Presidente da Câmara Municipal, durante a conferência de imprensa de apresentação. Entre as medidas anunciadas está também a abertura de concursos para a atribuição de habitações municipais, com critérios de prioridade para famílias com filhos, idosos e pessoas com deficiência. A autarquia anunciou ainda o lançamento de uma nova plataforma digital para simplificar o acesso às candidaturas e aumentar a transparência do processo. O investimento previsto é de 25 milhões de euros, financiado em parte por fundos do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência —- e pela colaboração com entidades privadas e cooperativas de habitação. Uma visão de futuro com base na estabilidade social Com estas medidas, Oeiras dá mais um passo na promoção de um concelho inclusivo, inovador e centrado no bem-estar das suas comunidades. A autarquia recorda que “a habitação não é apenas um bem material, é um direito fundamental que influencia a saúde, a educação, a empregabilidade e a estabilidade familiar”. A Estratégia Local de Habitação de Oeiras continuará a ser atualizada em diálogo com a população, numa abordagem participativa que integra as Juntas de Freguesia, as associações locais e os técnicos especializados.

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Educação pré-escolar gratuita aos 3 anos avança em setembro

A partir de setembro de 2025, a educação pré-escolar gratuita para crianças a partir dos 3 anos passa a ser uma realidade em todo o território nacional. A medida, aprovada no início do ano letivo anterior, marca um dos mais importantes avanços das últimas décadas no campo da educação e da proteção da infância em Portugal. Um passo firme pela igualdade Com esta nova legislação, o Estado português assegura que todas as crianças, independentemente da sua origem social, terão acesso a uma educação de qualidade desde a primeira infância. A estimativa do Ministério da Educação é de que mais de 50 mil crianças sejam abrangidas nesta primeira fase, com especial atenção às zonas onde a cobertura pública era mais limitada. A universalização do pré-escolar aos 3 anos visa combater desigualdades no desenvolvimento infantil, facilitar a integração social e preparar melhor os alunos para o futuro percurso escolar. Trata-se de uma medida com impactos a longo prazo na coesão social e nas oportunidades das famílias portuguesas. Impacto direto no dia a dia das famílias Para milhares de agregados familiares, a nova medida representa uma poupança significativa nas despesas mensais com creches ou instituições privadas. Para além do alívio financeiro, há ainda o benefício de uma maior estabilidade para os pais na organização da vida profissional. Organizações como a CNAF têm vindo a destacar a importância desta mudança: “A educação de qualidade deve começar o mais cedo possível. Esta é uma vitória para as famílias e para a sociedade portuguesa como um todo.”