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Habitação acessível: um direito ou um privilégio?

Em Portugal, a habitação tornou-se, para muitas famílias, um obstáculo intransponível. O que deveria ser um direito consagrado na Constituição – “o direito de todos a uma habitação condigna” – está hoje reservado a quem tem meios para competir num mercado desregulado, inflacionado e profundamente desigual. Nos últimos cinco anos, os preços das casas subiram a um ritmo muito superior ao dos rendimentos. Em Lisboa, no Porto e até em cidades médias, arrendar um T2 custa mais do que o salário líquido de grande parte das famílias. Comprar casa é, para muitos jovens, uma miragem. E até a habitação social é escassa, com listas de espera que se arrastam por anos. Entretanto, programas como o Porta 65, o apoio ao arrendamento acessível ou o crédito jovem com 100% de financiamento têm tido uma aplicação limitada, muitas vezes dificultada por critérios burocráticos ou insuficiência de oferta real. Sem habitação, não há estabilidade. Sem estabilidade, não há famílias. Na CNAF, defendemos que a habitação tem de regressar ao centro das políticas sociais. O mercado não pode ser o único regulador de um bem essencial. É urgente reforçar o parque público habitacional, regular os preços de rendas nos centros urbanos, proteger inquilinos vulneráveis e facilitar a construção de habitação cooperativa e intergeracional. Além disso, é essencial garantir que as famílias com filhos tenham prioridade e apoio real – com majorações nos apoios ao arrendamento, deduções fiscais alargadas e habitação pública reservada a agregados familiares. Direito à habitação é dignidade e coesão social Uma sociedade onde só alguns conseguem pagar uma casa é uma sociedade em desequilíbrio. A habitação acessível não é apenas uma questão económica – é uma questão de justiça, de dignidade e de futuro. E deve ser encarada como tal por todos os decisores públicos. Porque uma casa não é um luxo. É o lugar onde começa a segurança, a estabilidade e a esperança de uma família.

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Oeiras investe em habitação acessível e lança novos programas de apoio às famílias

O Município de Oeiras reforça o seu compromisso com a coesão social e a qualidade de vida, lançando novas medidas para garantir habitação digna e acessível às famílias do concelho. A Câmara Municipal apresentou esta semana um novo pacote de incentivos no âmbito da Estratégia Local de Habitação, com especial atenção às famílias jovens, monoparentais e em situação de vulnerabilidade. Os apoios incluem rendas apoiadas, subsídios diretos e programas de reabilitação urbana que permitirão melhorar as condições de mais de 800 habitações até ao final de 2025. “Estamos a concretizar uma política social de habitação que coloca as pessoas no centro das decisões, criando soluções reais para as dificuldades que muitas famílias enfrentam”, afirmou Isaltino Morais, Presidente da Câmara Municipal, durante a conferência de imprensa de apresentação. Entre as medidas anunciadas está também a abertura de concursos para a atribuição de habitações municipais, com critérios de prioridade para famílias com filhos, idosos e pessoas com deficiência. A autarquia anunciou ainda o lançamento de uma nova plataforma digital para simplificar o acesso às candidaturas e aumentar a transparência do processo. O investimento previsto é de 25 milhões de euros, financiado em parte por fundos do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência —- e pela colaboração com entidades privadas e cooperativas de habitação. Uma visão de futuro com base na estabilidade social Com estas medidas, Oeiras dá mais um passo na promoção de um concelho inclusivo, inovador e centrado no bem-estar das suas comunidades. A autarquia recorda que “a habitação não é apenas um bem material, é um direito fundamental que influencia a saúde, a educação, a empregabilidade e a estabilidade familiar”. A Estratégia Local de Habitação de Oeiras continuará a ser atualizada em diálogo com a população, numa abordagem participativa que integra as Juntas de Freguesia, as associações locais e os técnicos especializados.