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Governo reforça crédito à habitação para jovens e impulsiona acesso à casa própria

Em resposta às dificuldades crescentes dos jovens portugueses em aceder à habitação, o Governo anunciou um reforço no programa de garantia pública para crédito à habitação dirigido a menores de 35 anos. A medida, integrada no programa “Construir Portugal”, já permitiu a contratação de centenas de novos créditos e promete ser um ponto de viragem na luta contra a crise habitacional. De acordo com dados divulgados pelo Ministério das Finanças, até ao final do primeiro trimestre de 2025, 15% do valor total do programa já foi utilizado. Mais de metade dos novos contratos foram assinados por jovens, muitos em situação de primeira habitação. A garantia estatal cobre até 20% do valor do crédito, facilitando a aprovação junto das entidades bancárias e evitando a exigência de entrada inicial. O apoio é destinado a pessoas com idades entre os 18 e os 35 anos, que adquiram habitação própria permanente até 250 mil euros. O regime tem sido especialmente procurado nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, onde os preços da habitação continuam a afastar a classe média do mercado tradicional. Uma resposta às famílias em formação Para a CNAF, este tipo de programa representa um passo importante no apoio às famílias em fase de constituição. “Ter uma casa não é um luxo — é uma condição essencial para criar uma família com estabilidade e dignidade”, defende um porta-voz da Confederação. “Este tipo de iniciativa estatal deve ser replicado com mais abrangência, incluindo também famílias monoparentais, casais com filhos e jovens em zonas de baixa densidade.” Além da garantia pública, o Governo está a negociar com os bancos novas linhas de financiamento com taxas reduzidas para jovens e casais com filhos, bem como incentivos à reabilitação urbana para primeira habitação. Habitação: o grande desafio da próxima década Num contexto de inflação, baixos salários e mercado imobiliário inflacionado, o acesso à habitação é um dos maiores desafios que as famílias enfrentam em 2025. Programas como este permitem contrariar uma tendência preocupante: a impossibilidade, para muitos jovens, de saírem de casa dos pais ou de fundarem a sua própria família. A CNAF continuará a acompanhar de perto a implementação destas medidas e a defender uma política de habitação centrada nas pessoas e nas famílias, com foco na equidade territorial, no arrendamento acessível e na valorização da primeira habitação como bem essencial.

CNAF

CNAF – Quase 50 anos a reforçar a voz da família em Portugal

A Confederação Nacional das Associações de Família (CNAF) é uma instituição de utilidade pública, independente da Administração Pública, aconfessional e apartidária, que há quase 50 anos defende os direitos, valores e aspirações das famílias portuguesas. Fundada em 1977, a CNAF tem desempenhado um papel ativo e contínuo na promoção da coesão familiar e no reforço da participação cívica na construção de uma sociedade mais justa e solidária. Acreditamos que uma sociedade equilibrada e sustentável começa dentro de casa – com famílias apoiadas, protegidas e valorizadas. A família é o alicerce das comunidades, e isso reflete-se na forma como os territórios se organizam: nos municípios, nas escolas, nas empresas e no espaço público. É com base nesta visão que a CNAF trabalha diariamente em articulação com o Governo, as autarquias e as organizações da sociedade civil, para garantir que as políticas públicas têm sempre a família no centro das decisões. Áreas de Intervenção A ação da CNAF incide sobre domínios essenciais das políticas sociais, nomeadamente: Defendemos políticas públicas que promovam: Projetos e Iniciativas A CNAF desenvolve projetos em estreita colaboração com: Estes projetos têm como objetivo: Representatividade e Parcerias A CNAF está representada em diversos órgãos nacionais, assegurando a presença das famílias nas principais plataformas de decisão: Mantemos uma relação ativa com autarquias e instituições públicas e privadas, garantindo uma articulação eficaz com a sociedade civil. Presença Internacional e Lusofonia A nível internacional, a CNAF é membro da COFACE – Confederação Europeia das Organizações Familiares, com sede em Bruxelas. Também colabora com entidades de países de língua portuguesa, promovendo: Missão Colocar a família no centro das decisões políticas, culturais e sociais, influenciando a criação de políticas públicas que respeitem, protejam e valorizem a estrutura familiar em todas as suas dimensões – cumprindo os imperativos constitucionais. Valores Institucionais Dados Institucionais Nome completo: CNAF – Confederação Nacional das Associações de FamíliaAno de fundação: 1977Estatuto: Instituição de Utilidade Pública(Diário da República, II Série, n.º 184, de 25-07-1992)Morada: Palácio Ribamar, Alameda Hermano Patrone, 1495-008 Algés (Oeiras) – PortugalEmail: geral@cnaf.ptWebsite: www.cnaf.pt

Comunidades Educação & Infância Família Municípios Notícias

Oeiras reforça programa de acolhimento familiar para crianças em situação de risco

A Câmara Municipal de Oeiras tem vindo a destacar-se no reforço de políticas públicas de apoio à infância, com especial enfoque no acolhimento familiar. Em colaboração com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), o município promove programas que oferecem às crianças em situação de risco a possibilidade de crescer num ambiente familiar estável, seguro e afetivo – como alternativa à institucionalização. Entre as várias ações recentes, destaca-se a realização do seminário “Acolher e/é Cuidar – O Acolhimento Familiar como Promotor de Saúde Mental”, que decorreu no Taguspark com o apoio do município. O evento reuniu profissionais, especialistas e famílias acolhedoras para refletir sobre os benefícios emocionais e psicológicos do acolhimento familiar, num contexto de promoção de saúde mental e bem-estar infantil. LxAcolhe: um modelo de proximidade e confiança O programa LxAcolhe, gerido pela SCML e com atuação direta no concelho de Oeiras, é já uma referência nacional. Criado em 2019, o modelo aposta na preparação e acompanhamento técnico das famílias de acolhimento, assegurando que a criança encontra um espaço de afeto e estabilidade até que seja possível o regresso à família de origem ou a adoção definitiva. Este programa já evitou a institucionalização de mais de 140 crianças, muitas das quais em idade precoce, protegendo o seu desenvolvimento emocional numa fase determinante da vida. O papel das famílias e da comunidade As famílias interessadas em acolher crianças devem cumprir requisitos específicos definidos pela Segurança Social: ter mais de 25 anos, apresentar condições habitacionais adequadas, não estar inscritas como candidatas à adoção, e aceitar participar em ações de formação e supervisão contínua. A Câmara Municipal de Oeiras tem promovido campanhas de sensibilização local, incentivando famílias do concelho a aderirem ao programa e reforçando a rede de proteção à infância. Trata-se de uma resposta concreta a um problema social profundo: o afastamento temporário de crianças do seu núcleo familiar, muitas vezes por situações de negligência, abandono ou violência. Cuidar é partilhar. E partilhar é proteger. Esta abordagem da autarquia de Oeiras – que articula recursos locais com entidades experientes como a SCML – é um exemplo de como a ação municipal pode ser determinante na construção de soluções mais humanas, próximas e eficazes. Para a CNAF, trata-se de uma iniciativa que deve ser replicada por outros municípios. Porque uma criança acolhida com dignidade e afeto tem uma nova oportunidade de crescer em segurança. E porque toda a sociedade ganha quando coloca o cuidado no centro das suas decisões.

Família Igualdade & Inclusão Notícias

Hospital da Prelada expande valências e reforça cuidados de proximidade

O Hospital da Prelada, gerido pela Santa Casa da Misericórdia do Porto, concluiu recentemente um importante processo de expansão das suas instalações e serviços. Sob a direção do Dr. António Tavares, Provedor da SCMP e Vice-Presidente da Direção Nacional da CNAF, a unidade hospitalar inaugurou dois novos pisos dedicados à traumatologia e à medicina de reabilitação. Esta ampliação vem responder à crescente procura por cuidados diferenciados e de proximidade, com foco na qualidade e humanização do atendimento. A nova ala de traumatologia irá aumentar significativamente a capacidade de resposta a lesões ortopédicas, acidentes domésticos ou de viação, com tecnologia de ponta e equipas multidisciplinares. Já a área de medicina de reabilitação reforça o compromisso com os cuidados continuados, essenciais para a recuperação de pacientes em pós-operatório, AVC, lesões neurológicas ou mobilidade reduzida. Alívio à pressão do sistema público e proximidade às famílias Para além do reforço da sua estrutura física, o Hospital da Prelada tem vindo a aprofundar a cooperação com o Serviço Nacional de Saúde, alargando o seu contributo para o setor público, nomeadamente através de serviços de apoio à pediatria e à reabilitação, permitindo aliviar a pressão sobre os hospitais centrais. Segundo o Dr. António Tavares, “a missão da Santa Casa passa por garantir o acesso da população a cuidados de saúde com equidade, humanidade e eficácia – especialmente para as famílias que enfrentam maior vulnerabilidade ou dificuldade de mobilidade.” Saúde com dignidade e continuidade Esta aposta na expansão e requalificação do Hospital da Prelada reforça a visão da CNAF de que a saúde deve ser tratada como um bem comum, acessível a todos, e prestada com respeito pela dignidade de cada pessoa. Quando os cuidados de saúde se aproximam da comunidade e oferecem respostas eficazes, as famílias ganham segurança, confiança e tempo de qualidade. O investimento realizado representa não apenas uma melhoria nos serviços hospitalares, mas também um contributo direto para o bem-estar familiar e para a sustentabilidade do sistema de saúde português.

Comunidades Municípios Notícias

Inovação social no envelhecimento: habitação partilhada e apoio domiciliário em destaque

Perante o envelhecimento crescente da população portuguesa, a Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP) está a implementar soluções inovadoras que valorizam a autonomia, a dignidade e a inclusão dos seniores. Com a liderança do seu Provedor, Dr. António Tavares – também Vice-Presidente da Direção Nacional da CNAF – a instituição tem dado passos concretos numa resposta social mais humana e integrada. Entre os projetos de destaque está o programa de habitação partilhada entre idosos e jovens, que promove o convívio intergeracional e combate o isolamento, ao mesmo tempo que contribui para uma redução significativa dos custos de habitação. Nestes modelos, jovens estudantes ou profissionais partilham casa com pessoas idosas de forma estruturada e acompanhada, criando relações de proximidade e apoio mútuo. O sucesso da iniciativa tem demonstrado que a partilha de habitação pode ir além da lógica funcional e tornar-se num verdadeiro motor de solidariedade entre gerações. Os idosos beneficiam de companhia, segurança e maior interação social; os jovens, por sua vez, acedem a habitação mais acessível e a experiências de vida enriquecedoras. Apoio domiciliário com rosto humano Paralelamente, a SCMP tem reforçado os seus serviços de apoio domiciliário, permitindo que cada vez mais pessoas idosas permaneçam no seu domicílio com qualidade de vida. Este apoio inclui cuidados de higiene, refeições, vigilância da medicação e apoio psicossocial – promovendo uma vida mais ativa, segura e integrada. Estes projetos respondem diretamente às dificuldades que muitas famílias enfrentam no cuidado aos seus membros mais velhos, sobretudo quando os recursos económicos ou os horários profissionais não permitem prestar assistência contínua. Um modelo inspirador para as políticas públicas A aposta da Misericórdia do Porto é um exemplo de inovação social centrada na pessoa. Representa uma visão transformadora do envelhecimento, onde o cuidado não é apenas um serviço, mas uma relação. Na perspetiva da CNAF, trata-se de um modelo que deve ser replicado por outras instituições e, sobretudo, adotado como referência nas políticas públicas nacionais para o envelhecimento ativo e digno.

CNAF News: um portal ao serviço das famílias, com voz ativa na sociedade

O CNAF News nasce com uma missão clara: dar voz às famílias portuguesas, informar com rigor e promover uma sociedade mais coesa, solidária e centrada na vida familiar. Desenvolvido pela CNAF – Confederação Nacional das Associações de Família, o portal pretende ser um espaço de partilha de conhecimento, análise crítica e divulgação de boas práticas com impacto direto na vida das famílias. Lançado em 2025, o CNAF News estrutura-se como um verdadeiro ponto de encontro para todos os que desejam estar informados sobre os desafios, direitos e oportunidades que afetam as famílias em Portugal. O site reúne notícias de atualidade, artigos de opinião, recursos úteis, testemunhos e projetos desenvolvidos por municípios, associações e comunidades, dentro e fora do país. Com uma navegação simples e intuitiva, o portal está dividido em menus temáticos: Home, Notícias, Municípios, Opinião, Comunidades, CNAF e Contactos. Esta estrutura permite encontrar rapidamente conteúdos relevantes, promover o debate público e incentivar a participação ativa da sociedade civil. Mais do que um site: um movimento de participação ativa Além de ser um espaço de informação e reflexão, o CNAF News convida os seus leitores a participar ativamente – com a partilha de testemunhos, sugestões de temas, voluntariado e envio de artigos de opinião. A construção de uma comunidade forte começa pela escuta ativa e pelo envolvimento de todos. Famílias no centro das decisões O CNAF News assume-se como um instrumento de representação e influência positiva na sociedade, reforçando o papel da CNAF como entidade de referência na defesa da família e dos seus direitos. A sua voz será tão forte quanto o envolvimento da sua base – por isso, contamos com cada leitor, parceiro e associação para fazer deste projeto um espaço de verdade, utilidade e transformação social. Convidamo-lo a participar ativamente no CNAF News Se conhece temas relevantes ligados à família, iniciativas promovidas por instituições, municípios ou outras entidades da sociedade civil, ou se deseja partilhar uma notícia, evento ou reflexão com impacto social, envie-nos a sua proposta. Basta escrever para comunicacao@cnafnews.pt, indicando o assunto, a descrição da notícia ou evento, as informações disponíveis e, caso se justifique, os seus contactos para eventual seguimento. A construção de uma sociedade mais justa começa pela partilha de boas práticas e pela valorização da experiência das famílias – e a sua voz pode fazer a diferença.

Bem-estar Cidadania & Participação Comunidades Notícias

Cascais acolhe projeto intergeracional que une avós e netos em tempos digitais

A Câmara Municipal de Cascais, em parceria com instituições locais, lançou um projeto inovador que promove o convívio entre avós e netos através de atividades educativas e digitais. O objetivo: fortalecer os laços familiares, combater o isolamento dos idosos e valorizar a transmissão de saberes entre gerações. O programa, intitulado “Avós Conectados”, decorre em centros comunitários e escolas básicas do concelho. Inclui oficinas de escrita criativa, partilha de histórias de vida, jogos didáticos, culinária tradicional e introdução ao uso de tecnologias – como telemóveis, redes sociais e videochamadas. Segundo a coordenadora do projeto, Ana Clara Marques, “este encontro entre gerações tem um impacto profundo na autoestima dos mais velhos e no desenvolvimento emocional das crianças. Os avós sentem-se úteis e reconhecidos, e os netos ganham novos modelos de vida e valores.” Tecnologia ao serviço da afetividade Nas sessões digitais, as crianças ajudam os avós a aceder a tutoriais, enviar mensagens, criar contas de e-mail e até procurar receitas online. Em troca, os avós partilham memórias, fotografias antigas e experiências do passado – criando momentos de afetividade e descoberta mútua. O projeto conta ainda com o apoio de psicólogos e técnicos sociais, garantindo acompanhamento individualizado às famílias que participam. A iniciativa tem sido tão bem recebida que está já a ser replicada em outros municípios da Área Metropolitana de Lisboa. Cascais como exemplo de boas práticas familiares Este projeto intergeracional reforça a importância de valorizar os idosos como parte ativa da vida comunitária e familiar. Ao mesmo tempo, aproxima as gerações mais novas da realidade dos seus avós, promovendo empatia, respeito e identidade familiar. Na perspetiva da CNAF, iniciativas como esta devem ser multiplicadas em todo o país. Cuidar dos laços entre gerações é também cuidar da coesão social.

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Habitação acessível: um direito ou um privilégio?

Em Portugal, a habitação tornou-se, para muitas famílias, um obstáculo intransponível. O que deveria ser um direito consagrado na Constituição – “o direito de todos a uma habitação condigna” – está hoje reservado a quem tem meios para competir num mercado desregulado, inflacionado e profundamente desigual. Nos últimos cinco anos, os preços das casas subiram a um ritmo muito superior ao dos rendimentos. Em Lisboa, no Porto e até em cidades médias, arrendar um T2 custa mais do que o salário líquido de grande parte das famílias. Comprar casa é, para muitos jovens, uma miragem. E até a habitação social é escassa, com listas de espera que se arrastam por anos. Entretanto, programas como o Porta 65, o apoio ao arrendamento acessível ou o crédito jovem com 100% de financiamento têm tido uma aplicação limitada, muitas vezes dificultada por critérios burocráticos ou insuficiência de oferta real. Sem habitação, não há estabilidade. Sem estabilidade, não há famílias. Na CNAF, defendemos que a habitação tem de regressar ao centro das políticas sociais. O mercado não pode ser o único regulador de um bem essencial. É urgente reforçar o parque público habitacional, regular os preços de rendas nos centros urbanos, proteger inquilinos vulneráveis e facilitar a construção de habitação cooperativa e intergeracional. Além disso, é essencial garantir que as famílias com filhos tenham prioridade e apoio real – com majorações nos apoios ao arrendamento, deduções fiscais alargadas e habitação pública reservada a agregados familiares. Direito à habitação é dignidade e coesão social Uma sociedade onde só alguns conseguem pagar uma casa é uma sociedade em desequilíbrio. A habitação acessível não é apenas uma questão económica – é uma questão de justiça, de dignidade e de futuro. E deve ser encarada como tal por todos os decisores públicos. Porque uma casa não é um luxo. É o lugar onde começa a segurança, a estabilidade e a esperança de uma família.

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Pobreza infantil em Portugal: um retrato alarmante

Uma em cada cinco crianças em Portugal vive em risco de pobreza. Este dado, revelado por entidades nacionais e europeias, deveria ser suficiente para mobilizar toda a sociedade. Mas a verdade é que, ano após ano, a pobreza infantil permanece como um problema estrutural, com impacto direto no presente e no futuro das famílias portuguesas. Não estamos a falar apenas de rendimentos baixos. Falamos de crianças que chegam à escola sem pequeno-almoço, que vivem em casas sem condições mínimas, que não têm acesso a materiais escolares, roupa adequada ou cuidados de saúde. A pobreza infantil compromete o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo de milhares de crianças – e perpetua o ciclo da exclusão social. A origem do problema é multifatorial: baixos salários dos pais, precariedade laboral, monoparentalidade, habitação sobrelotada, educação desigual, acesso limitado a serviços de proximidade. E, em muitos casos, ausência de uma rede familiar ou comunitária de apoio. Combater a pobreza infantil é investir no futuro do país A CNAF defende que combater a pobreza infantil exige uma abordagem integrada: aumento dos abonos e apoios sociais, refeições escolares gratuitas e nutricionalmente adequadas, acesso gratuito a creches, reforço dos transportes escolares, acesso à saúde mental e programas de capacitação familiar. É também necessário olhar para a territorialidade: muitas das crianças mais pobres vivem em bairros periféricos, zonas rurais isoladas ou comunidades marginalizadas. A resposta não pode ser apenas financeira – tem de ser educativa, comunitária e transformadora. Não basta indignar. É preciso agir. Todos os dias, enquanto a pobreza infantil não for tratada como prioridade nacional, estamos a comprometer o futuro de milhares de cidadãos. E a permitir que o local de nascimento continue a definir as oportunidades de vida. Na CNAF, acreditamos que a justiça social começa na infância. E que nenhuma criança deve crescer com menos direitos, menos acesso, menos dignidade. Porque não há país justo onde haja crianças pobres.

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Famílias cuidadoras: o papel invisível de quem cuida de idosos e dependentes

Em todo o país, há milhares de famílias que assumem silenciosamente o cuidado diário de idosos, pessoas com deficiência ou dependentes. São filhos, noras, maridos, vizinhos ou netos que, sem qualquer remuneração ou preparação formal, garantem alimentação, medicação, higiene, deslocações e acompanhamento constante. São os cuidadores informais – e continuam a ser invisíveis para grande parte da sociedade. Apesar do Estatuto do Cuidador Informal ter sido aprovado em 2019, e de algumas medidas de apoio financeiro estarem em vigor, o reconhecimento institucional ainda está longe de corresponder à realidade vivida por quem cuida. Os processos de candidatura são complexos, os apoios são escassos e os serviços de retaguarda quase inexistem. Em muitos casos, os cuidadores acabam por sacrificar a sua saúde, emprego e vida pessoal. Cuidar não é uma escolha, é uma necessidade Estudos recentes mostram que mais de 70% dos cuidadores informais são mulheres, muitas em idade ativa, que interrompem carreiras ou assumem jornadas duplas e triplas para acompanhar familiares dependentes. Esta sobrecarga tem efeitos psicológicos, físicos e económicos profundos – que o Estado ainda não soube responder de forma justa e digna. As famílias cuidadoras são, na verdade, a base do sistema nacional de apoio à dependência. Substituem, sem proteção adequada, um serviço público que ainda não está plenamente estruturado. Valorizar, reconhecer e apoiar quem cuida Na CNAF, defendemos uma mudança de paradigma: cuidar tem de ser um direito com suporte, não uma missão solitária. É urgente simplificar o acesso aos apoios, criar bolsas locais de descanso do cuidador, e garantir formação e acompanhamento psicológico a quem presta cuidados de longa duração. A solidariedade familiar não pode ser uma desculpa para a omissão do Estado. O reconhecimento efetivo dos cuidadores informais é um imperativo de justiça social, mas também uma estratégia inteligente de sustentabilidade do próprio sistema de saúde e proteção social.